A Vila do Redondo é um centro oleiro tradicional, e já em 1516, o foral manuelino da vila mencionava uma corporação de oleiros. Como outros centros regionais do período, dedicavam-se ao fabrico de peças na roda para uso doméstico, como panelas, frigideiras, quartas, cântaros, infusas. Hoje, todos conhecemos a “louça do Redondo”, uma criação mais tardia, posterior ainda à fase da expansão das unidades industriais de louça de faiança, criadas no âmbito das políticas pombalinas, na segunda metade do século XVIII. Recorrendo a materiais locais, os oleiros da região desenvolveram uma técnica que, ao recobrir a pasta com uma calda de caulino esbranquiçada, tornavam as peças um produto de qualidade semelhante à faiança. A decoração era sublinhada por leves sulcos que contornam o desenho das flores, dos animais, e das personagens tradicionais do Alentejo e impediam que as cores vibrantes esborratassem. Muitas vezes os desenhos eram acompanhados por versos ou dizeres populares que também podiam referir-se a uma data importante ou um dia de festa, um aniversário ou casamento. São as peças de “olaria falada”.